A escola da obediência

Uma vida toda na escola. Educação infantil, fundamental, médio, faculdade e, finalmente, o mercado de trabalho. Então, depois, especializações e cursos até chegar ao sonhado “sucesso”. É assim o padrão de vida almejado pela grande maioria dos brasileiros.
O sucesso é vendido como algo certo e que será alcançado à medida que cumprimos essas etapas da vida. Anúncios com as expressões “futuro garantido”, “educação para o futuro”, “preparando para o mercado de trabalho” são corriqueiras na publicidade das instituições de ensino. No entanto, o que eu tenho encontrado no mercado de trabalho e na vida afora são pessoas imaturas, inseguras, despreparadas para o risco, sem autonomia para encontrar o próprio caminho e com medo de errar, sempre precisando da validação de alguém para agir.
Tudo isso tem uma razão: a escola é o meio de um sistema que privilegia a zona de conforto do capitalismo. A escola forma o funcionário padrão que alimenta as corporações. O funcionário padrão é aquele que faz sem questionar, aquele que obedece, que produz e gera riqueza para os cofres dos grandes CNPJs. Esse dinheiro cresce nas contas das empresas e não das famílias.
O empreendedor que mantém um pequeno negócio faz com que esse dinheiro seja utilizado em prol da família. Ele desvia o fluxo do dinheiro para dentro do seu lar, além de colaborar para uma melhor distribuição de renda (entre pessoas e não empresas).
No entanto, nosso modelo educacional insiste num padrão limitador que incentiva a obediência e não a autonomia. O resultado disso são pessoas infelizes na vida pessoal e profissional, pois não conseguem levar um sonho adiante, não conseguem empreitar um projeto de vida qualquer.
Na escola, precisamos passar pela validação do outro (professor) para sabermos se somos bons alunos. Não existe autoavaliação, não existe um projeto de aprendizagem personalizado baseado na autonomia. O padrão de conteúdo e modelo pedagógico valem para todos. Na escola não é justo avaliar dois alunos de formas diferentes. Quem não se adapta é julgado incapaz de aprender e vive com o peso do fracasso nas costas, sem saber que o fracasso é o caminho do sucesso.
Resumindo: a autonomia dos indivíduos é o fator mais importante para a formação de uma sociedade saudável e justa. É tudo o que a escola e o sistema econômico atual não querem.
Devemos trabalhar pelo empoderamento das pessoas e não das empresas. Isso só acontece com a disruptura desse modelo mental ao qual somos condicionados. É preciso desconstruir padrões para poder enxergar novos caminhos e novas possibilidades e, assim, abrir as portas para a autonomia e o empreendedorismo.
A decisão de fazer ou não fazer é sempre sua. Você só precisa perceber!
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Um grande abraço e até a próxima!